segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Revolução Industrial


Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo manufatura), no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não todas) etapas do processo produtivo.
Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros.
Retrato a óleo do pensador alemão Karl Marx
É de Karl Marx a asserção de que todo novo estado da divisão do trabalho determina as relações dos indivíduos entre si com referência a material, instrumento e produto do trabalho. Foi assim com a propriedade tribal, depois com a comunal e com a feudal, ou estamental.

Portanto, um modo de produção ou estágio industrial é marcado por um modo de cooperação ou estágio social sendo ele mesmo uma força produtiva.
Entre a reflexão e a execução
Mas só passou a haver efetiva divisão quando se instalou uma separação entre trabalho manual e trabalho intelectual. Enquanto execução e reflexão andaram juntas nesse processo, o indivíduo pôde, de algum modo, realizar-se em sua ocupação.

É só com o trabalho industrial, no modo de produção especificamente capitalista, que se dá de fato a divisão entre trabalho manual e trabalho intelectual. Marx diz que mesmo na manufatura ainda havia a possibilidade de algum trabalho diferenciado.
Alienação total
Na manufatura, ou modo de produção pré-capitalista, o trabalhador é explorado, mas não é despojado do seu saber. O capital se apropria do trabalho, mas a alienação é apenas do corpo.

Já no modo de produção especificamente capitalista (trabalho industrial), o processo de trabalho é desmontado pelo capital que o remonta à sua própria lógica. A alienação é então total. O trabalhador da manufatura torna-se propriedade do capital.

As forças intelectuais da produção desenvolvem-se apenas num aspecto, em função dos operários serem classificados e distribuídos segundo suas aptidões específicas. Já se nota a cisão entre o trabalhador e as forças intelectuais do processo material de produção, que são apropriadas pelo capital.
Relação hierárquica
Na indústria, a divisão entre trabalho manual e trabalho intelectual se configura na relação entre trabalhadores técnico-científicos, cuja função é organizar o processo de trabalho e os operários que o executam.

Essa é uma relação hierárquica. Os operários estão submetidos à lógica que o capital impôs ao processo de trabalho. Quem atua para submetê-los são os trabalhadores técnico-científicos, que se constituem em agentes do capital.

Os trabalhadores técnico-científicos não só organizam e planificam o processo de trabalho, mas também perpetuam uma estrutura hierárquica e reproduzem as relações sociais capitalistas.

Condições de Trabalho




Os relatos históricos acerca da realidade de uma
fábrica inglesa no século XIX são impressionantes. Galpões
escuros e insalubres eram utilizados como espaço para a
produção, acidentes com as máquinas eram freqüentes e
acabavam muitas vezes provocando mutilações, sem que
houvesse o compromisso dos industriais com indenizações ou
mesmo com o custeio dos gostos com saúde.
Levando em consideração à inexistência de um Direito
que garantisse amparo aos operários, as jornadas de trabalho
respeitavam bem mais os limites da máquina do que do próprio
trabalhador, chegando ao inacreditável patamar de dezesseis
horas. Durante a maior parte do tempo, as atividades eram
exercidas em pé, sendo rigidamente vigiadas por capatazes que
não permitiam pausas.
Para alguns historiadores, a maior problemática do
trabalho nas fábricas era o ritmo de trabalho imposto pelos
industriais por intermédio de seus capatazes, o operário deveria
se adequar perfeitamente ao tempo da máquina se tornando
como que uma “parte orgânica” das engrenagens, parte esta
que por não ter recebido o investimento dos burgueses não iria
requerer o mesmo cuidado com o seu tempo útil.
Os salários era baixíssimos, o que provocava a
utilização de todos os membros de uma família no parque
industrial, mulheres e crianças realizavam muitas vezes as
mesmas atividades que os homens adultos sem receber um
pagamento equivalente aos deles.

Video

Com a Revolução Industrial...

Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo manufatura), no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não todas) etapas do processo produtivo.
Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros.
Retrato a óleo do pensador alemão Karl Marx
É de Karl Marx a asserção de que todo novo estado da divisão do trabalho determina as relações dos indivíduos entre si com referência a material, instrumento e produto do trabalho. Foi assim com a propriedade tribal, depois com a comunal e com a feudal, ou estamental.

Portanto, um modo de produção ou estágio industrial é marcado por um modo de cooperação ou estágio social sendo ele mesmo uma força produtiva.

Trabalho Alienado..



Segundo Karl Marx, quanto mais o operário produz, menos ele custa para a economia e conseqüentemente mais ele Se desvaloriza, chegando ao ponto de se tornar uma mercadoria do capitalismo; este visaria somente o lucro e geraria a sede de riquezas e a guerra entre cobiças, a concorrência. Quanto mais o operário produzir, mais ele esta valorizando o mundo das coisas e desvalorizando o mundo dos homens, tornando-se tanto mais pobre quanto mais riquezas ele produzir. O operário recebe primeiro o trabalho, e depois o meio de subsistência, sendo em primeiro lugar operário e depois pessoa física,tornando-o assim escravo de seu próprio trabalho. A Economia Política esconde a alienação na essência do trabalho porque ela não considera a relação direta entre o operário (trabalho) e a produção. É certo que o trabalho produz maravilhas para os ricos e a privação para o operário. O trabalho transforma o operário numa máquina que não consegue afirmar-se e não se sente à vontade, um infeliz. O operário não desempenha uma atividade física e intelectual livre, mas mortifica seu corpo e arruína seu espírito.O caráter hostil do trabalho manifesta-se nitidamente no fato de que senão houver coação física ou qualquer uma outra, o operário foge do trabalho como uma peste. O homem não se sente mais livremente ativo senão em suas funções animais, transformando-se bestial. Sua vida perde o sentido, pois o homem passa a fazer de sua própria vida simplesmente um meio de subsistência, invertendo com isso a relação que teria com o trabalho, desta forma o trabalho alienado termina por alienar do homem seu próprio gênero. Marx chega a seguinte conclusão: se o produto do trabalho é alienado do trabalhador, por ser algo exterior a ele, a ponto de não lhe pertencer, deve ser então propriedade de outro, que não é evidentemente quem o produziu, nem os deuses e muito menos a natureza, como pensavam os antigos, então logicamente deve ser outro homem que tomou dele aquilo que deveria lhe pertencer. Com isto estão fundadas as bases para a exploração de um homem por outro. O excedente do trabalho alienado termina por dar início ao acúmulo de riquezas e conseqüentemente, o surgimento da propriedade privada. Marx diz haver uma identidade entre a propriedade privada e o salário, e nem mesmo a sugestão de Phoudhon da criação de um salário igual para todos resolveria o problema da alienação no trabalho, simplesmente universalizaria a relação do homem com o trabalho, mantendo o salário e a propriedade privada como conseqüências do trabalho alienado.